O Circo de Natal é uma performance/espectáculo criada por José Miguel Vitorino, Patrícia Couveiro e Tiago Vieira que tem como característica principal ser um acontecimento único e exclusivo, que revisita de forma artística, poética e performática o ano que passou.
Parte da ideia de Jean Genet de que os acontecimentos teatrais deveriam realizar-se em cemitérios, numa só noite, para que os espectadores e performers vivessem algo realmente irrepetível e que esse acto fosse realizado na sua plenitude, o mais aproximado da verdade.
Há um antagonismo latente no conceito de Circo que nos interessa. Sendo um espaço luminoso, alegre, exuberante, virtuoso e de risco, revela-se também, assim o vemos, um lugar pobre, decadente, fracassado, de exposição, de despojamento, irreal.
Em todas as edições do Circo, os performers, que têm percursos e linguagens diferentes, propõem-se com toda a honestidade, risco e violência, actuar numa arena que, formalmente, está em constante transformação (à excepção das coroas fúnebres que percorreram todas as edições) onde a componente musical, o acaso, a espontaneidade, e a relação em tempo real com o público são matérias indissociáveis e integrantes da própria performance.
O Circo é dançar sobre o risco e o caos. É estar entusiasmado. Entusiasmo, palavra grega, que significa estar com Zeus, estar com Divino, em energia máxima perante algo. No Circo de Natal desvirtuamo-nos para nos tornarmos mais humanos, destruindo as barreiras e assim ficarmos mais próximo do público.
Já conta com sete edições, todas únicas, com dispositivos muito particulares.